Thursday, November 7, 2019

O meu nada

Sufoco...
Acordo todos os dias com um nó na garganta
Um peso no peito que não me deixa nunca
Sufoco...
A vida passa por mim sem que eu a agarre
Este vazio na alma que me rói e me engole
Sufoco...
Vejo a luz da minha vida crescer e eu, aqui
Vazia de tudo e cheia de nada
Sufoco...
Por não me conseguir libertar destas grilhetas
Crivadas na minhas mãos e pés.
Quero gritar mas nada me sai
Quero chorar mas nada me cai
Seca que estou de sentimento
E sufoco...
Arrasto-me pela vida
Não a saboreio, não a sinto
Mal a vejo.
E eu quero tanto ver!
E sentir. E ser!
Sem medo. Sem dor. Sem vazio. Sem negro.
Mas o passado prende-me.
E sufoca-me.
E se um dia eu gritar toda a dor que trago em mim?
Será que a terra chora comigo?
É triste estar aqui. É só. É escuro.
É frio. É pó e cinza.
É tudo e nada.
E eu quero sair.
Deixem-em sair.
Não quero sufocar mais...

(H.H. 22/07/19)

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